O primeiro Censo da Educação Superior foi apurado e publicado em 1995. De lá para cá, muitas instituições passaram a utilizar estes dados nos seus processos decisórios. Outras tantas, ainda hoje, não o fazem. Seja por desconhecer o Censo ou pela dificuldade de manipulação das informações sem uma ferramenta adequada, é fato que as IES que ainda não utilizam o CENSUP como acessório à sua tomada de decisão, estão em desvantagem no mercado.
O CENSUP, que é norteador para as políticas públicas que objetivam o ensino superior, é também um rico campo para alimentar os indicadores de inteligência competitiva das IES. Através dos microdados, disponibilizados por download na página do INEP, estão acessíveis os dados referentes aos ALUNOS (que vão desde o curso frequentado até o tipo de financiamento que esse aluno possui), IES, DOCENTES e CURSOS de todas as instituições de ensino superior do Brasil. Não precisamos ser muito imaginativos para vislumbrar as informações que podem ser geradas através dos cruzamentos possíveis.
Ao consolidar os dados, fica à disposição o número de alunos matriculados e ingressos em cada curso de cada instituição do país; o número de alunos com financiamento e em cada tipo de financiamento; o número de mestres e doutores em cada IES; o número de alunos que abandonaram seus cursos.
Essas são apenas algumas das possibilidades, mas já conseguimos através delas, subsídio para criar estudos como os de market share e evasão. Ainda podemos ampliar essas possibilidades, à medida que relacionamos a base do Censo da Educação Superior com outras bases disponíveis, como CPC, ENADE, RAIS, Censo Demográfico e o Censo Escolar. Também há possibilidade de, complementando os dados das IES com o endereço, georreferenciar essas informações, e termos uma visualização territorial das totalizações.
Contudo, o CENSUP não é para amadores. A complexidade exigida na modelagem, higienização das bases e no cálculo dos próprios indicadores, praticamente impõe uma ferramenta específica. Há um grande volume de dados em cada ano divulgado e para ter uma série histórica, que possibilite entender a evolução dos números, será necessário mais de uma edição do Censo. Isso aumenta consideravelmente esse volume. Em outras palavras, não é o tipo de coisa que possa ser feita no Excel sem que você abra mão de uma quantidade muito grande de informações.
Sobre o investimento em uma ferramenta específica, podemos dizer que é válido e pequeno quando levamos em conta as possibilidades de análise e a quantidade de insumos disponibilizados ao gestor. Decisões sobre expansão, novos polos de apoio presencial, abertura ou não de um novo curso, têm mais chances de obterem sucesso quando subsidiadas por uma observação atenta desses números. Então, basta munir-se de uma boa ferramenta, servir uma xícara de café e debruçar-se sobre eles.